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Mostrando postagens de julho, 2019
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Vício de viver Autor: Marco Antonio Rodrigues Compulsão é como o tempo, depois de iniciada desconhece breque, recesso, semáforo escarlate... Respeita apenas o limite ortodoxo, o game over . Quando ameaçado, o vício joga sujo: angústia, aflige, amedronta... Provoca overdose de insegurança em seus tutelados. Ele não mede esforços para mostrar o tamanho de sua baixeza e o controle de suas rédeas. Há momentos em que desejo invadir o DP da empresa “vida”, atirar sobre a mesa minha carteira funcional e ordenar olhando fixamente nos olhos de quem estiver do outro lado. “Tô fora! Pode dar baixa!”. Mas o vício de viver não permite, ele me chama a ordem sussurrando baixinho em meu ouvido. “Seu maluco! Você tem medo até de injeção, porque cometeria o ato audaz de se atirar de arranha-céu, de pressionar gatilho contra os próprios miolos, de sorver cianureto...?” Ergamos um brinde com a água mais potável do planeta e saudemos o vício de viver! Existir não basta! Figur
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Palavras oportunas, aplicadas em locais adequados, formam frases agradáveis e belos parágrafos, que quando bem distribuídos, montam majestosas histórias, provocando emoções e sentimentos aos que tem os olhos magneticamente presos aquelas imantadas linhas de letras. Parabéns a todos escritores.
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Por Marco Antonio Rodrigues. Transgressor Giroscópios por todos os cantos.  Policiais militares, civis, federais, guardas de trânsito, guardas municipais... Estão sempre a postos nas calçadas, nas esquinas, nas copas das árvores, nos subterrâneos da rede de esgoto... A cidade se tornou um quartel! A infração branca, que serve de graxa, que lubrifica a engrenagem ferruginosa das leis e das regras está com os dias contados. O ato de furar sinal vermelho quando a via está livre, absolutamente deserta, sem passar uma única folha de jornal arrastada pelo vento, prejudica alguém? Sim! Sei que para os politicamente corretos isso é um "grave delito" e p ara os que brecam o carro abruptamente, no instante em que o semáforo amarela, mesmo estando embaixo dele, essa conduta é um lastimável "crime hediondo".  Não! Não sou a favor do caos.Também gosto de me sentir protegido! De transitar com segurança nos locais que frequento, mas minha alma transgressora sofre
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Por Marco Antonio Rodrigues. Cárcere urbano. Saco! No começo ele chega de mansinho, aparece esporadicamente, depois,  em um processo lento e imperceptível se tornar recorrente, até que, quando atinamos nos vemos diante dele, envolvidos por seus grande e musculosos braços. Aí é que - como dizia minha bisa - a "jiripoca" pia. Somente nesse momento nos damos conta que toda aquela mansuetude não passava de maquiagem. Além de frio e calculista ele é super marombado; forte pra cacete! Para ser mais claro. Depois de algum tempo sob sua tutela, reuni o último quinhão de força de vontade que me restava e consegui reatar a relação com o chuveiro. Aproveitei o ânimo momentâneo que os poros desobstruídos promovem e resolvi botar a cara para fora de casa. Um cafezinho com pão e queijo não faria mal, seria até agradável, pois meu estômago estava emitindo grunhidos indecifráveis até por diapasão. No meio do lanche fui interrompido por um amigo de longa data que não via a bastante
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Sinopse. Para minha surpresa, meus pés pisavam novamente o apaixonante solo de um fliperama. Inúmeras mesas de pinball ocupavam o vasto salão, mas foi na máquina denominada “O jogo de Deus” que presenciei a partida mais inusitada e intrigante de toda a minha vida. O aparelho era manuseado com extrema sagacidade por um velho grandalhão, que em momento algum afirmou com clareza, mas deixou subentendido através de atos, palavras e expressões que seria ele o próprio Deus. Diferente de todas as mesas de “Flipers” que conheço, aquela recontava histórias de tempos remotos, de passados recentes e até do porvir. Tudo de maneira mágica, surreal, extasiante... Ao termino daquela alucinante partida, concluí que, muito mais que assistir a um estranho jogo de pinball, havia recebido um importante aviso. Alerta esse que a humanidade não deve ignorar, se quiser evitar o desfecho sombrio que aquele duelo entre palhetas e esferas metálicas revelou.